26 janeiro 2004



MIKI FEHER



A morte de alguém é sempre um momento de grande dor. A morte de um jovem de 24 anos é sempre uma tragédia. A morte de um atleta de alta competição em pleno jogo, no máximo da sua energia disponível deixa qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade num estado de interrogação sobre o verdadeiro valor da vida humana. Miki Feher morreu junto dos seus camaradas de trabalho, que choraram por ele, que sentiram de perto o drama da perda de alguém que está muito próximo. A forma como cai fulminado no terreno do jogo, num dia cinzento em que a água caía e castigava aqueles que davam o seu melhor, pelo seu clube, pelas suas cores, num espectáculo de alto sacrifício, ou como dizia hoje o Fernando Alves, "a morte num estranho bailado à chuva.."

Que mágica suprema, que injustiça esta que leva desta já curta passagem alguém que, por certo tinha imenso gosto pela vida; que carga terrível de ver alguém sorrindo para o arbitro que lhe tinha mostrado um cartão amarelo e segundos depois a cair desamparado, qual árvore abatida ou fulminada por um raio.
Sim a morte, uma realidade tão palpável, tão presente em todos nós, tão longe e tão perto, à distância apenas de cada um de nós…

25 janeiro 2004

DAVOS

"
Um total de 34 chefes de Estado e de governo participaram nos debates do Fórum Económico Mundial, que terminou este domingo em Davos. As manifestações "anti-fórum" marcaram o encontro", Desceu o pano sobre o Forum Económico Mundial

Para que serve o Fórum Económico Mundial? Algumas questões singelas:

a) Serve para aproximar os países e as nações numa perspectiva de encontro de pessoas e de alguns interesses imediatos, como por exemplo, a crise internacional?
Não, não serve; serve é para aproximar aqueles que dedicam "o melhor do seu esforço" na pilhagem de recursos dos povos e das nações que submetidas a poderes imperiais ou fantoches, não têm outra forma de mascarar a pobreza.

b) Serve para debater a dívida do III Mundo, de molde a não penalizar ainda mais o estado de dependência?
Não, não serve; a manutenção e o agravamento da dívida é uma das formas de gerir o desequilíbrio e a pobreza; dir-se-ia até que a manutenção da dívida é uma moeda de troca entre os poderes imperiais e as oligarquias instaladas.

c) O que significa na realidade "… trabalhar para desenvolver o comércio livre"?
Significa promover condições de equidade entre as nações de molde a diminuir as diferenças entre ricos e pobres?
Não, que ideia! Significa, antes pelo contrário, criar mecanismos de estrangulamento de algumas pequenas economias florescentes, asfixiando mercados e restringindo as trocas directas, impondo mecanismos draconianos de modo a tornar improvável (impossível?) o aparecimento de alternativas aos grandes fornecedores.

d) Será que este movimento reúne consensos entre maiorias significativas?
Não, de todo! Trata-se de 220 empresários das 500 maiores empresas mundiais, a definir (leia-se, a impor) o destino da humanidade, onde dois terços vivem abaixo dos limiares mínimos de pobreza.
Para terminar um Fórum, que se poderia em boa verdade chamar o "Fórum da Pilhagem", o secretário americano Dick Cheney sublinhou "a importância da Europa no desenvolvimento das liberdades no Médio Oriente", que naturalmente tem a tradução prática: "a subserviência de alguns estados (como o nosso!) à política de terror permanente e de legitimação do poderio económico e militar dos senhores da guerra".

23 janeiro 2004



A GREVE


Hoje é dia de greve. Não pertenço à função pública; já lá trabalhei em tempos e conheço alguma coisa em termos de funcionamento e de lógica interna.
As tentativas feitas nos últimos anos para equiparar a função pública à privada esbarraram sempre na pretensa falta de credibilidade, falta de produtividade, falta disto e daquilo da FP. O que acontece é que, de há uns anos a esta parte, os trabalhadores da FP têm perdido poder de compra de uma forma absolutamente inacreditável e que contraria até a tão falada convergência com a Europa.
Claro que este problema não é só da FP; mas há que sublinhar as diferenças relativas ente o nosso País e a Europa comunitária; de facto, Portugal tem neste momento bens de primeira necessidade mais caros que a Espanha, tem as taxas cobradas em electricidade, telecomunicações, água, gás, preço dos automóveis, … dos mais caras de toda a Europa.
E tem paralelamente os mais baixos salários, os mais baixos níveis de escolarização e de formação profissional, com números que envergonham o País nos fóruns internacionais.
Mas também tem uma política verdadeiramente aventureirista, no que concerne aos alinhamentos internacionais mais conservadores, em bicos de pés relativamente aos senhores do poder e da guerra.
O estado de saúde do país é preocupante, dado que não se vêm sinais autênticos de tão desejada "retoma", apesar do discurso demagógico dos responsáveis que oscila entre o troliteiro e o ridículo (o que diz hoje a secretária de estado); temos 10 estádios de futebol, para tapar os olhos a uma grande maioria da população, para exaltar o patriotismo caseiro e parolo, fazendo esquecer o essencial das questões.
E continuamos, cantando e rindo, ao ritmo de um samba sem brilho, iluminados por uma chama fátua, exaltando ao domingo pela vitória do clube e dizendo baixinho que isto está mau, mas poderia ser pior e que .. a política deve ser para os políticos, e outras coisas mais ou menos conexas.
O manifesto do Bertolt Brecht que transcrevo é um contributo para a mudança em que penso nos devemos envolver e deixar envolver; é um manifesto de raiva e de paixão; que ele sirva de incentivo e de lição (porque não?) neste dia de GREVE!

"O Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, o corrupto e lacaio das multinacionais
."

Bertolt Brecht



21 janeiro 2004






O ANO DO MACACO






Começa amanhã, 22 de Janeiro, o Ano do Macaco na China. O animal, um dos doze signos do horóscopo chinês, concede àqueles que nascem sob sua influência as características de inteligência e vivacidade, mas também de indisciplina, segundo a crença popular.
O Horóscopo Chinês é composto por 12 signos (Rato, Vaca, Coelho, Tigre, Dragão, Cobra, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cão e Porco) e por 5 elementos (Metal, Água, Terra, Fogo e Terra), que se combinam entre si. Deste modo, enquanto que cada signo se repete a cada 12 anos, a combinação específica do signo com o elemento apenas se repete de 60 em 60 anos.
O ano 4702 do calendário chinês, que corresponde ao ano 2004 da Era Cristã é, por isso, o ano do Macaco de Madeira. Uma vez que o elemento Madeira está conotado com a cor verde, o ano do Macaco de Madeira é também conhecido como ano do Macaco Verde.


Signo do Macaco: "…dotado de uma inteligência natural, resolve os problemas com grande facilidade. É uma companhia divertida, por isso tem muitos amigos, que lhe fazem algumas confidências. Determinado, luta por aquilo que quer com muita garra, mas é incapaz de magoar propositadamente"
Do "Livro de Horóscopos Chineses"
E, para saber mais, por exemplo, saber como se vão "comportar" os restantes signos, neste ano do macaco, nada como ir a :
"Os outros signos"

Macacos me mordam!

20 janeiro 2004


José Carlos Ary dos Santos



Com 2 dias de atraso, uma homenagem aos 20 anos da morte do grande poeta militante Ary dos Santos, pela sua coragem, pela sua frontalidade, por todo o seu talento, por toda a sua luta por uma Portugal diferente, democrático e livre de preconceitos.

"Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
(…)
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não
!"

Ary dos Santos, 1998



O DOMÍNIO DAS TREVAS - 2

Confesso que não lhes fixei os nomes; sei que era um menino muito bem penteado que diz "defender o direito à vida" (e que costuma aparecer nestas coisas), mais um deputado de 2ª escolha do PSD e mais uma senhora muito urbana, muito católica, muito educada, muito muito. Isto tudo do lado dos que pretensamente são contra o aborto, como costumam dizer. Do outro lado, os maus, os que são "a favor do aborto", como dizia a senhora muito muito: a Ana Benavente, a Luísa Mesquita e o Teixeira Lopes. RTP-1, à noite, no excelente "Prós e Contras".

Somos realmente um país original; na cauda da Europa, como se sabe e até nesta questão em que praticamente todo o velho continente já alinhou o passo. É fantástico como se podem arrolar argumentos em que a formalidade ganha foros de coerência assumida. Por exemplo, o argumento que usa a maioria para não permitir que se discuta o problema do aborto na AR: o compromisso feito com o eleitorado de que não se discutiria o problema nesta legislatura. Realmente extraordinário: um governo que após 2 anos ainda não cumpriu praticamente nenhum dos compromissos que firmou com o eleitorado, está agora preocupado com uma matéria que (sem sombra de dúvida) pertence ao foro individual.

Verdadeiramente surpreendente a argumentação dos que dizem "defender a vida", usarem este argumento para condenar na prática as mulheres que (com todo o peso de um enorme drama) são perseguidas, humilhadas, violentadas nos seus elementares direitos. Verdadeiramente espantoso ver uma pessoa supostamente responsável (neste caso, o tal menino bem penteado) dizer com todo o despudor que, mesmo no caso de uma rapariga ser violada e ficar grávida, esta deveria ter o respectivo filho!

É realmente demais; esta gente nada fica a dever aos inquisidores da Idade Média, dado que pautam o seu pensamento por terríveis preconceitos, por inconfessáveis compromissos de intolerância, por uma cegueira típica do "domínio das trevas"; já nesta tribuna tive ocasião de aplaudir este conceito do Fernando Rosas e de escrever sobre tal (15 de Dezembro). Esta gente não admite na realidade os direitos dos outros, de pensar e de agir enquanto tal, dado que estão de tal forma cegos na sua intolerância, afundados nos seus preceitos fundamentalistas.
Nem sequer depois de serem confrontados com uma sondagem que, pelos seus números, não deixa dúvidas sobre a vontade dos portugueses sobre a necessária e urgente despenalização e descriminização do aborto, eles se convencem; na sua sanha derrotista, tipo guerra santa bem ao gosto de certas igrejas, tentam arrasar tudo e todos com os seus argumentos falaciosos. Descendentes e lídimos representantes do salazarismo bafiento e balofo, não conseguem adaptar-se à modernidade e mais do que isso, tentam impor aos outros as suas ideias e os seus conceitos, arquétipos da ignorância e do obscurantismo.

Mas pelos vistos, os ventos sugerem a mudança; a grande maioria começa a ver o que é realmente esta Direita que está no poder em Portugal, o que tem feito pelo País, o que é capaz de fazer, a enorme distância que vai do seu discurso populista e demagógico e da sua prática de desemprego, de mentira e de arrogância. Neste caso da interrupção voluntária da gravidez, como noutros casos, começa realmente a ver-se o tipo de pessoas que (infelizmente) nos governam e que dia a dia nos limitam nos nossos mais elementares direitos.

Até ver!

19 janeiro 2004




PARABÉNS, BONO!

"Bono Vox recebeu no sábado o prémio "Salute To Gratness" da família de Martin Luther King"
Diário Digital, hoje, 19 de Janeiro

O homem a quem é justamente reconhecido o mérito de sempre lutar por causas sociais, no sentido de tentar melhorar as condições daqueles que não têm (ou não podem ter) voz; desta forma uma das vozes mais importantes dos últimos tempos dá a cara constantemente por um mudo melhor.
Segundo Bono, "a política é a arte do possível"; o líder do U2, sempre vai dizendo que pretende dedicar-se cada vez mais à política, para "ajudar a diminuir a pobreza mundial de uma maneira mais eficiente".
De recordar, recentemente que Bono Vox participou do lançamento de uma campanha para pedir aos países mais desenvolvidos um aumento das suas contribuições para melhorar a saúde nos países pobres; esta campanha, que propõe que os países ricos doem um centavo para cada dez dólares de suas receitas nos cofres do estado, foi lançada pela comissão de Macroeconomia e Saúde, uma agência da organização mundial de saúde.
De recordar ainda que Bono, prometeu encabeçar uma campanha de desobediência civil pelo combate à pobreza mundial, caso os esforços da ONU não comecem a surtir efeito.
Bono fez várias viagens à África para chamar atenção para este problema, e disse (10/Julho/03) que "é inaceitável que 7 mil africanos morram diariamente por causa da miséria e das doenças, enquanto os países ricos se recusam a dar ajuda".

Com o Bono, dizemos também:

"One love
One blood
One life
You got to do what you should
One life
With each other
Sisters
Brothers
One life…
"




16 janeiro 2004

A ACTUALIDADE DE BRECHT

O nosso inspirador e a tremenda actualidade da sua escrita em 2 poemas que merece sempre reter; vale a pena realmente atentar que "Nada é Impossível de Mudar" e ainda (pois claro!) que "A Exceção e a Regra", podem ser duas faces da mesma moeda…

"Nada é Impossível de Mudar
Desconfiai do mais trivial , na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural nada deve parecer
impossível de mudar."

"A Excepção e a Regra

Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o quotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam
de que o abuso é sempre a regra".
BRECHT, Bretold (1898-1956)


O PEIXE ESTRAGADO


A propósito (mais uma vez) do malfadado cherne, que anuncia (mais uma vez) medidas de contenção, desta vez para função pública, com um desplante tal que até apetece mesmo espetar-lhe a faca (ver figura com atenção…).
Então "o país não tem condições para suportar os aumentos", diz ele; e de quem é então a responsabilidade de o país não ter condições? Quem é que deveria ter criado as tais condições? Como se pode compreender que durante 2 anos seguidos, essas condições não existam? Como podem aceitar os portugueses que se desperdice dinheiros públicos com os submarinos do Portas, com a GNR no Iraque, com os sucessivos perdões de dívida fiscal, com as benesses escandalosas aos bancos.
O cherne e a sua equipa falham sucessivamente desde o início. Não há uma única medida que dê certo, tudo nesta equipa cheira de facto a peixe estragado e fora de prazo. E que dizer do discurso gasto de que "temos condições de sermos dos melhores da Europa"? Só se as diversas escalas de valor forem vistas ao contrário! Somos ou últimos da Europa e o pior são que somo cada vez mais últimos.
É de facto a mais rotunda demonstração de falhanço completo de uma política desastrosa; quando se chega a uma conclusão destas, ou seja "não fomos capazes de criar as condições para…", o que deve uma equipa fazer?
Agora vejam se há ou não na tabela anexa como distinguir o peixe bom do peixe estragado algum nexo, relativamente ao verdadeiro estado do cherne: fresco ou estragado; sem brilho, mole, ácido e desagradável, cor leitosa, embaçado…

Características                Peixe bom                            Peixe estragado

Aspecto geral                Brilhante e limpo                        Sem brilho
Ventre                        Firme e roliço                           Mole e manchado
Cheiro                        Odor fresco e suave                  Ácido e desagradável
Guelras                        Úmidas e avermelhada               Malcheirosas
Olhos                           Brilhantes e saliente                  Cor leitosa
Pele                           Cores vivas                              Embaçada e rugosa
Corpo                           Rijo                                            Mole
Escamas                        Aderentes                                 Soltando-se facilmente

Realmente!


15 janeiro 2004

BUSH E O ESPAÇO


Qual série de ficção científica, espantam as notícias de ultima hora que dão como certa a aposta num grande investimento aeroespacial da administração americana; a dita aposta estará orientada para uma nova alunagem em 2007 e a implantação de bases no satélite da Terra, para exploração espacial. Não há (claro que não há…) qualquer explicação sobre objectivos ou orientação estratégica que sedimente uma política deste género, tudo isto até, corroborado pelos últimos fracassos nesse domínio.
Vamos para o espaço a todo o gás. Claro que se o objectivo fosse mandar para o espaço (de preferência por um largo período de tempo) o conjunto desta administração americana com o chefe máximo à cabeça, a coisa até nem estaria nada mal…
Mas desgraçadamente não é assim; mais uma forma de publicidade enganosa, na tentativa de ganhar um eleitorado cada vez mais dividido; por muito pouco exigente, inculto, acrítico que seja o americano médio, sempre dá para ver um pouco além do discurso oficial.
De facto, cada vez é maior o número as vozes que se vão levantando contra a despudorada política de Bush; veja-se por exemplo, a notícia do João Carlos Silva, no Publico 14 Jan, 14 de Janeiro de um relatório do War College do Exército dos EUA, em que se considera que "a guerra com o Iraque foi um "erro estratégico" …". Mais, considera-se ainda que "… a maior parte dos objectivos declarados da guerra ao terror, incluindo a transformação do Iraque num estado próspero e a democratização da região, são irreais e condenam os EUA a uma busca sem esperança da segurança absoluta. Como tal, os objectivos [dessa guerra] também são política, fiscal e militarmente insustentáveis".
Portanto, apoiemos a tese (que apesar de minimalista, tem todo o sentido): "BUSH PARA O ESPAÇO, JÁ!"


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13 janeiro 2004


>David Justino "esqueceu-se" de declarar rendimentos

O ministro da Educação, David Justino, não declarou o rendimento que teve durante dois meses e meio, em 2001, na Câmara Municipal de Oeiras, noticiou, hoje o "O Público"

Se calhar está de acordo com o lema do Governo, "Portugal em Acção", não é?


Muito interessante! Mais um caso, se calhar inserido no combate á fraude e evasão fiscal que este Governo está a implementar (ou que diz estar a implementar…). Desta feita, iremos talvez assistir (de imediato?) ao rapidíssimo pedido de demissão do senhor em questão, que ainda por cima foi "trabalhar" nos meses de verão para a Câmara de Oeiras (ainda se lembram do Isaltino dos charutos?), para obter a tão desejada quota para a reforma antecipada. Depois não querem que se vá dizendo que este é o Governo da cunha, do esquema, do escândalo, do oportunismo.
Convém recordar, para quem não tem memória curta, que este senhor é o mesmo que declara frontalmente ser contra as greves, que afirmou às rádios e à TV na última greve do ensino que os professores que asseguram os serviços nos Sindicatos, são pagos pelo Estado e que se deveriam lembrar disso quando fazem greves (…). É o mesmo senhor de quem se afirmou ter um excelente currículo para o cargo que iria ocupar; é caso para perguntar: este caso de esperteza saloia agora descoberto também "faz parte" do currículo para ministro PSD-PP???
Esperemos pelo desenvolvimento; o senhor ministro da Educação diz que para já não fala, sem a presença do seu advogado.
Com exemplos destes, como querem que vá a Educação neste País???

09 janeiro 2004


O "PODER" DO TÁXI

Absolutamente espantoso. A ministra MFL vem agora isentar do PEC os taxistas. A notícia do "Jornal de Notícias" desta manhã. ( 07:44 / 09Jan ): "PEC
Governo perdoa segunda prestação a taxistas: o Governo acabou por perdoar aos taxistas a segunda prestação do Pagamento Especial por Conta. O Ministério das Finanças garante a devolução de quantias já pagas
"
Mas, o que é isto? Então a "dama de ferro", aquela que não cede a pressões, aquela que manda calar os adversários políticos, aquela que se diz inflexível a movimentos de opinião, vem ceder perante um sector específico, neste caso o dos taxistas?
O que fizerem então os taxistas à MFL? Teria sido raptada e obrigada a negociar (ou seja, a ceder) e com a promessa solene de não contar nada à polícia? Teria sido ameaçada mais a respectiva família, por alguma outra "família"? É que, na realidade, tudo isto cheira muito, muito mal.
Qual é realmente o poder do táxi neste país? Para já deve dizer-se que com aquela cor, passam efectivamente despercebidos; quem se lembra ainda dos carros pretos e verdes, bem bonitos por sinal; agora com cor de "caca" de bebé…
Mas quem os ouve, fica a perceber que eles "exigem" um regime especial só para eles; ainda agora, neste momento, estou a ouvi-los na TSF: "vamos continuar a luta, até conseguirmos um regime especial para os taxistas, que não contemple de forma alguma o PEC; "a passagem a empresário individual por si só, não garante a resolução do nosso problema"
O Lourenço Medeiros diz hoje, na "SIC on-line": "Um jornalista estrangeiro que me visitou recentemente traduziu bem o sentimento. Grande parte dos taxistas portugueses parece que nos estão a fazer um favor. O tipo que por acaso entra num táxi é visto como alguém a quem estão a fazer o favor de levar do ponto A ao ponto B, de preferência pelo caminho mais longo, e que obviamente deve acomodar-se às regras da casa." E, sobre a qualidade do serviço, diz ainda: "…gostava que fosse cómodo, seguro e rápido, mas pela minha experiência é desconfortável, perigoso e frequentemente demasiado caro para o serviço prestado."
Fantástico; quem puder (e souber) faça o favor de explicar; de qualquer forma, é caso para dizer, bem à maneira maoísta do nosso PM arrependido: "TODO O PODER AOS TAXISTAS!"

07 janeiro 2004

SOFTWARE LIVRE - A reposição devida

Agora sim; aqui se repõe o artigo anterior, com os links incluidos

Descrição e informações:
versão inglesa, aqui: open office - inglês

versáo portuguesa, aqui:open office - português

Podem ir buscá-lo aqui:tucows

e os dicionários de correcção ortográfica e hifenização em português aqui:dicionários





SOFTWARE LIVRE
Com a devida vénia, transcrevo um artigo do José Mota, do Blogo Social Português, obviamente apoiando a sua recomendação:
"Recomendo a toda a gente que use o OpenOffice em vez do MS-Office.

- faz tudo o que faz o MS-Office e mais umas coisas (grava em formato PDF por exemplo)

- é compatível com os ficheiros do MS-Office

- é total e legalmente à borla !

Descrição e informações:
versão inglesa, aqui:

versáo portuguesa, aqui:


Podem ir buscá-lo aqui:


e os dicionários de correcção ortográfica e hifenização em português aqui:


O BOM ANO DO GOVERNO DA DIREITA

A ida à televisão do PM é realmente fantástica. Quando toda a gente está a sofrer na pele os aumentos habituais do início do ano, o nosso 1º rejubila com a "retoma", afirmando que o ano de 2004 vai ser muito melhor para o País. Mas em que país vive ele? Os primeiros dias do ano ditaram aumentos em bens de consumo e de primeira necessidade como o pão, a água, a luz, os transportes, as portagens (alguém me explica por exemplo por que carga de água aumentam as portagens?), a renda da casa. Todos os aumentos são superiores (e nalguns casos muito superiores) à média de inflação prevista pelo Governo para o próximo ano. Por outro lado, grande parte dos analistas económicos e financeiros, concorda com as teses oficiais da "retoma", transportando-nos para o terreno (armadilhado) das previsões a médio e a longo prazo, mantendo a ilusão de uma situação mascarada pela falta de informação e mesmo de desinformação; tentam explicar o inexplicável, ou seja, tentam fazer crer uma melhoria da situação económica, quando todos vemos as coisas a piorarem de dia para dia.
Em outras zonas cinzentas da administração, os representantes da extrema-direita acumulam de forma grosseira e autoritária o despesismo e a arrogância típicos da sua política: Paulo Portas, dá-se ao luxo de comprar submarinos; Bagão Félix ataca as conquistas do 25 de Abril; Celeste Cardona, conduz a justiça como se vê. O primeiro-ministro, refém da influência da extrema-direita, navega como pode e vê os índices de popularidade subirem junto dos certos sectores empresariais, saudosos do passado.
Este ano de 2004, iremos celebrar (iremos mesmo?) os 30 anos do 25 de Abril, num clima de tristeza generalizada; um país cada vez mais cinzento, mais conservador, um país que senta no banco dos réus, mulheres e companheiros, por causa do aborto, um país cada vez mais mergulhado nos últimos lugares da União Europeia. Bem a propósito, no "Publico" de hoje, Luís Fernandes diz que há, cada vez mais, em cada um de nós "um pouco de mãe de Bragança, um pouco de bispo de Braga, um pouco de Manuela Ferreira Leite. E não se vislumbra uma luz, uma réstia de esperança, um assomo de coragem, um grito de revolta.
É pois urgente que se comece a preparar uma celebração do 25 de Abril à maneira, denunciando a situação catastrófica em que a direita e a extrema-direita estão a lançar o País.
Penso ser a única forma de saudar este novo ano de 2004, porque o resto já sabemos o que vai dar: mais desemprego, mais pobreza, mais sacrifícios para quem trabalha e paga impostos, mais indiferença generalizada.


"
Uma personalidade desajustada pouco adaptada aos padrões sociais, uma dificuldade na empatia, interesses obsessivos... É uma estranheza que tem um nome que poucos de nós conhecem. Chama-se Síndroma de Asperger e a jornalista Liliana Valpaços foi à procura dessa "estranha forma de vida" que provavelmente afecta uma em cada trezentas pessoas em Portugal". A notícia desta semana (16 de Novembro) na TSF dá-nos conta desta nova doença, uma doença que se diz "anti-social", pelo que parece transparecer na descrição. É caso para dizer, que cada vez mais pessoas se afastam dos chamados "padrões sociais". Mas, o que são realmente padrões sociais? Serão atitudes pautadas pelo interesse colectivo, pelo bem-estar das pessoas e dos povos ou, serão antes um conjunto de lugares comuns tendentes a manter o status existente, numa sociedade pautadas pelas desigualdades cada vez maiores entre os que detêm o poder económico e aqueles (a grande maioria) que nada possuem, para além do facto de apenas existirem? Dificuldade de empatia; bom, de facto existe uma tremenda falta de empatia, mas será que não foi sempre assim? Será caso para detectar uma nova "doença social"? Interesses obsessivos; aqui sim, há uma tremenda razão para falar assim; interesses obsessivos, de determinados grupos económicos e daqueles que os protegem de uma ou outra forma, interesses que estão ligados a uma determinada forma de fazer a coisa pública, ou seja, a política…
Portanto, podemos estar descansados, a doença a existir, parece ser inócua e mais, essa "estranha forma de vida" que provavelmente afecta uma em cada trezentas pessoas em Portugal, provavelmente vai deixar de ser assim tão estranha, até ao dia em que as coisas mudem de vez. Que seja cedo!


05 janeiro 2004


Um novo ano que começa …

Tudo morre um dia.
"Um ano também morre, implacável,
Na hora determinada.
Morrem amores e morrem sonhos,
Morrem as horas passadas.
Mas quando a última porta se fecha,
Uma nova janela se abre,
Prometedora.

Renasce o ano,
Na hora marcada.
Novos amores e novos sonhos,
Novas horas esperadas.
E quando a janela se abre,
Cheia de promessas,
Abre-se nosso coração,
Esperançoso.

Vistamos então
Nossos melhores sonhos
Calcemos nossos melhores sapatos.
Olhemos para o ano que passou
Com olhos agradecidos
E para o que chega
Com o coração aberto
P'ra receber
Com alegria, fé e coragem
Tudo o que ele tem
Para nos oferecer
"

Autor desconhecido

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